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O que é aposentadoria PCD

O que é aposentadoria PCD
Pâmela Ribeiro Silva
Por: Pâmela Ribeiro Silva
Dia 17/11/2025 11h03

Entenda como funciona a aposentadoria para pessoas com deficiência, quem tem direito e quais são as regras do INSS para garantir o benefício

A aposentadoria para pessoas com deficiência (PCD) é uma modalidade previdenciária prevista no sistema do INSS, baseada na Lei Complementar 142/2013, que reconhece impedimentos de longo prazo (físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais) e estabelece critérios diferenciados para a concessão do benefício.

 

Em outras palavras, quem é PCD tem direito a um tipo de aposentadoria com exigências reduzidas ou adaptadas, justamente para compensar as dificuldades adicionais que a deficiência pode gerar na trajetória de trabalho.

 

Quais são as modalidades de aposentadoria PCD

Existem duas modalidades principais de aposentadoria para pessoas com deficiência, a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência e a aposentadoria por idade da pessoa com deficiência.

1. Aposentadoria por Tempo de Contribuição (PCD)

  • Exige carência mínima de 180 meses (ou seja, 15 anos de contribuições).
  • O tempo mínimo de contribuição varia conforme o grau da deficiência:

O que é aposentadoria PCD

É necessário comprovar que parte (ou todo) desse tempo de contribuição foi exercido na condição de pessoa com deficiência.

O valor do benefício costuma ser a média de 80% das maiores contribuições, e pode haver aplicação de fator previdenciário apenas se isso for vantajoso para o segurado.

 

2. Aposentadoria por Idade (PCD)

Os requisitos para esta aposentadoria são:

  • Idade mínima: 60 anos para homens e 55 anos para mulheres;
  • Carência: 180 meses (15 anos de contribuição);
  • Exige contribuir pelo menos 15 anos na condição de pessoa com deficiência;
  • O grau da deficiência não interfere nos requisitos de tempo de contribuição para essa modalidade.

No cálculo do benefício, usa-se a média dos 80% maiores salários de contribuição, e a aposentadoria é de 70% dessa média, mais 1% por ano de contribuição adicional, até atingir 100% se for o caso.

O fator previdenciário só é aplicado (se usado) quando beneficia o segurado.

 

Como o INSS reconhece a deficiência — avaliação biopsicossocial

Para ter direito à aposentadoria PCD, é necessário que o INSS reconheça oficialmente o grau de deficiência por meio de uma avaliação biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional (médicos, assistentes sociais, psicólogos, etc.). 

Essa avaliação considera:

  • histórico médico (laudos, exames);
  • quando a deficiência começou (data de início);
  • o grau de limitação (leve, moderado ou grave);
  • barreiras sociais ou ambientais que dificultam a participação plena da pessoa na sociedade.

 

Se você quiser ler mais sobre como é feita esta avaliação ou como conseguir um laudo PCD, pode ler nossos outros artigos sobre o tema clicando em Aposentadoria da pessoa com deficiência e Laudo PCD para aposentadoria no INSS.

Vantagens da aposentadoria PCD

Ter direito à aposentadoria PCD traz diferentes vantagens em relação à aposentadoria comum para contribuintes sem deficiência:

  • Redução do tempo exigido para se aposentar (no caso da aposentadoria por tempo de contribuição) dependendo do grau da deficiência;
  • Benefício calculado de forma vantajosa: média das 80% maiores contribuições, o que pode elevar o valor;
  • Possibilidade de continuar trabalhando após a aposentadoria, sem perda do benefício (ao contrário da aposentadoria por invalidez tradicional);
  • Processo de requerimento pode ser feito remotamente (pelo site ou aplicativo Meu INSS), embora a avaliação da deficiência possa exigir acolhimento presencial para perícia;

Desafios para conseguir a aposentadoria PCD

Apesar das vantagens, há dificuldades comuns que segurados enfrentam:

  • Coleta de documentação médica: é necessário apresentar laudos, relatórios, exames, prontuários para comprovar a deficiência ao longo do tempo;
  • Avaliação biopsicossocial: o grau de deficiência atribuído pelo INSS pode, em alguns casos, não refletir a realidade ou o histórico do segurado, o que pode gerar indefinições no tipo de aposentadoria ou tempo exigido;
  • Cálculo do benefício: mesmo com regras “mais favoráveis”, é importante fazer um planejamento previdenciário ou uma simulação, pois a média de salários e a aplicação de fator (quando vantajoso) pode impactar muito;
  • Erros ou recusas do INSS: alguns pedidos são negados por falta de prova, por avaliação indevida do grau, ou por documento incompleto. Nessas situações, pode ser necessário recorrer administrativamente ou judicialmente.

Como pedir a aposentadoria PCD no INSS

  1. Acesse o Meu INSS (plataforma online) e faça o requerimento do benefício para PCD. Serviços e Informações do Brasil;
  2. Informe no pedido que você é PCD e selecione a modalidade desejada (idade ou tempo de contribuição);
  3. Apresente documentos médicos: laudos, relatórios, exames que comprovem a deficiência.
    Aguarde a perícia: o INSS poderá marcar a avaliação médica + biopsicossocial para definir o grau da deficiência e confirmar se você preenche os requisitos;
  4. Se aprovado, o INSS define o valor da aposentadoria de acordo com as regras da modalidade;
  5. Se negado, considere recorrer ou buscar assessoria especializada (advogado previdenciário) para avaliar ações ou recursos.

A aposentadoria PCD é um direito fundamental para garantir dignidade, inclusão e proteção social às pessoas com deficiência. Conhecer as regras, entender como o INSS avalia o grau da deficiência e saber qual modalidade é mais vantajosa são passos essenciais para evitar erros e garantir que o segurado receba o benefício corretamente.

Como cada caso possui uma história contributiva diferente, o ideal é sempre buscar orientação profissional qualificada para analisar documentos, simular cenários e definir a melhor estratégia previdenciária.

Se você precisa de orientação individualizada sobre aposentadoria PCD, procure um advogado especializado em Direito Previdenciário de sua confiança para avaliar o seu caso com segurança e responsabilidade. Uma análise técnica adequada evita prejuízos e garante que seus direitos sejam plenamente respeitados.

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